
Estudo da Kearney mostra como saúde e sustentabilidade podem impulsionar o crescimento de bens de consumo na América Latina
A consultoria ouviu consumidores no Brasil, Chile, Colômbia e México sobre preferências de compras; estratégia pode ampliar penetração tanto em mercado de massa, quanto no premium
A Kearney, uma das principais consultorias globais de gestão estratégica, revelou em um novo estudo que 79% dos consumidores latino-americanos percebem os produtos sustentáveis como mais saudáveis, apontando uma oportunidade única para as marcas de alimentos e bebidas (CPG, na sigla em inglês) converterem essa percepção em valor para os negócios. O estudo destaca que, ao alinhar sustentabilidade com benefícios para a saúde, as empresas podem implementar estratégias de preços diferenciados – com foco na captura de receita premium, bem como na ampliação da penetração no mercado de massa.
Embora a sustentabilidade seja muitas vezes associada a preços mais elevados, a pesquisa da Kearney destaca que a sensibilidade ao preço continua sendo um desafio significativo, com 89% dos consumidores citando o custo como motivo para evitar opções sustentáveis. No entanto, a Kearney aponta que a combinação de estratégias de preços premium com volume pode ser a chave para expandir o alcance e aumentar a rentabilidade das empresas de CPG. “Empresas que conseguem equilibrar preços e volume podem expandir significativamente a adoção de produtos sustentáveis e, ao mesmo tempo, melhorar o retorno sobre o investimento dos seus esforços em sustentabilidade”, explica Omar Caraballo, sócio da Kearney e um dos atores do estudo.
Com base nos resultados do estudo, a Kearney sugere que as empresas de CPG devem focar em consumidores que veem valor na interseção de saúde e sustentabilidade, como os consumidores “Responsáveis” e “Fitness”. Esses grupos estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis e saudáveis, com consumidores Responsáveis chegando a pagar até 19% a mais por esse tipo de bem.
Além disso, a pesquisa conclui que os consumidores respondem de forma mais positiva às alegações de sustentabilidade quando estas são comunicadas no nível do produto, e não como uma estratégia corporativa. Assim, a sustentabilidade deve ser apresentada como um benefício intrínseco ao produto, alinhado com a saúde, que é um motivador chave de compra para mais da metade dos consumidores latino-americanos.