Thoughtworks cria playbook em parceria com as Nações Unidas para uma abordagem responsável de tecnologias emergentes
A Thoughtworks, consultoria global de tecnologia, acaba de lançar um playbook em parceria com as Nações Unidas que fornece diretrizes práticas para que as equipes da ONU possam adotar uma abordagem responsável de tecnologias emergentes. Embora seja direcionado à organização, o playbook também tem como objetivo inspirar a comunidade global rumo a uma tecnologia mais responsável.
“Durante o desenvolvimento de uma tecnologia, as consequências negativas do seu uso nem sempre podem ser previstas e não costumam ser propositais. Assim, o playbook mostra o caminho para se antecipar”, afirma Renata Gusmão, Head de Mudança Social e Sustentabilidade LATAM. A executiva também explica que um dos passos fundamentais durante a jornada é a diversidade: “Ter perspectivas diferentes da nossa nos faz perceber o lugar e a dor do outro, portanto, é possível criar uma cultura na qual se pensa com mais cuidado e atenção no que está sendo criado”.
Em conjunto com a Thoughtworks, o Secretariado das Nações Unidas trabalhou para fornecer orientação sobre como garantir a inclusão, a consciência do preconceito, a transparência e a mitigação de consequências negativas não intencionais do uso de tecnologias emergentes, incluindo a inteligência artificial generativa (GenAI). “Quando usamos novas tecnologias para ajudar a criar um mundo melhor, queremos ter certeza de que não haverá efeitos colaterais que vão contra nossos valores e intenções”, diz Lambert Hogenhout, Chefe de Dados, Análise e Tecnologia Emergente das Nações Unidas.
O Playbook foi desenvolvido após uma série de entrevistas e workshops com uma ampla gama de funcionários da organização para entender as dificuldades e necessidades específicas dos times de tecnologia. Como um esforço coletivo e colaborativo entre os diversos grupos e funções da ONU, o manual se dirige a uma ampla rede de interessados, como líderes seniores, desenvolvedores ou recursos humanos.
Ao longo de mais de 100 páginas, o playbook aborda áreas que têm maior potencial para impactar os indivíduos, as suas comunidades e a sociedade e está dividido em:
Uma mentalidade tecnológica responsável: considera o usuário e como os sistemas tecnológicos, produtos e até mesmo recursos podem levar a consequências inesperadas e não intencionais;
Sustentabilidade: explora as áreas da tecnologia sustentável com o menor impacto ambiental;
Dados e IA: o surgimento de ferramentas como a IA Generativa torna cada vez mais difícil distinguir o real do falso. Portanto, o combate à desinformação na era massiva de dados deve ser uma prioridade das organizações;
Privacidade: além de um direito humano básico, a privacidade é um facilitador fundamental para a diversidade e a inclusão. Sem consciência das preocupações com o tema e sem uma cultura de gestão de riscos, é impossível manter boas práticas que mitiguem as consequências potencialmente prejudiciais do processamento, armazenamento ou transmissão inadequados de dados;
Acessibilidade: a acessibilidade foi originalmente concebida para projetar produtos e locais com foco em pessoas com deficiência. Agora, a acessibilidade centra-se na identificação da exclusão, na aprendizagem com a diversidade e na extensão das soluções a todos;
Diversidade, Equidade e Inclusão: ao incorporar perspectivas variadas e experiências vividas, somos mais capazes de atender às necessidades de nossas usuárias;
Segurança: à medida que a organização armazena, processa e compartilha eletronicamente cada vez mais informações confidenciais, proteger dados e recursos, além de prevenir violações é fundamental.
“Se não houver responsabilidade e consciência na criação e gestão da tecnologia, os danos podem ser irreversíveis. Cabe às lideranças e equipes identificarem possíveis obstáculos para que a tecnologia alcance o seu potencial máximo de transformar a sociedade”, conclui Renata.